segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Para a Minha Filha Querida



"Ô minha filha, as suas dores não são as maiores do mundo e nem vão ser. Sacode a poeira. Toma um banho de rio. Abre essas asas. Grita alto, chora baixo. Pula alto e cai de cara. Desenha toda a beleza do mundo. Compra uma caixa de lápis de cor e sai aí colorindo a vida."
(Tati Bernardi)


                                         
Paloma

Fluxo e refluxo : A Diáspora Africana


Em suas constantes idas e vindas entre a África Ocidental e a Bahia, Verger não deixava de se encantar com as semelhanças entre os povos dos dois lados do Atlântico. Na aparência, jeito de falar e costumes, ele via a comprovação de uma história entrelaçada. O tema o apaixonou tanto, que Verger chegou a exercer um importante papel na renovação desses laços. Aqui e lá, organizou museus, ciceroneou pessoas, transportou mensagens, fez pesquisas. E, para compreender os motivos dessas semelhanças, estudou a fundo o tráfico de escravos e o retorno de muitos deles à África, após a abolição, gerando assim uma de suas principais obras: Fluxo e Refluxo do Tráfico de Escravos entre o Golfo do Benin e a Baía de Todos os Santos dos Séculos XVII a XIX.

A pesquisa começou em 1949, em Ouidah, quando Verger teve acesso a um importante testemunho sobre o tráfico clandestino de escravos para a Bahia: as cartas comerciais de José Francisco do Santos, escritas no século XIX. Aos poucos, ele foi descobrindo que, nos últimos anos do tráfico, os escravizados eram quase exclusivamente os iorubás, que o tabaco era a moeda de troca e a intensidade desse comércio abominável: "Os agentes da escravidão na Bahia tiveram relações estreitas com essa parte da África. Houve anos em que se registraram cerca de cem navios indo e voltando da Baía de Todos os Santos para o Porto de Ouidah".

Foram cerca de vinte anos de pesquisas até o texto ficar pronto. Em 1966, Fluxo e Refluxo foi apresentado na Sorbonne, em Paris, que atribuiu a Verger - um autodidata que foi expulso duas vezes das salas de aula por indisciplina e parou de freqüentar a escola aos 17 anos - o título de Doutor em Estudos Africanos. A tese transformou-se em livro dois anos depois, em 1968, quando saiu a versão francesa. Depois de oito anos, em 1976, foi publicada a versão em inglês. O público brasileiro só pôde conhecer o livro em 1987, mais de vinte anos depois de pronto, quando a Editora Corrupio publicou a versão em português.

Fluxo e Refluxo se tornou um marco. Nas suas 718 páginas, exibe-se um estudo criterioso, que esclarece aspectos até então obscuros sobre a escravidão e suas conseqüências econômicas, sociais e políticas. Verger não economizou esforços: descreveu as relações comerciais, tratou das revoltas e rebeliões de escravos, das formas de emancipação, das condições de vida, da legislação, do retorno à África, da vida dos descendentes de brasileiros e outros pontos. Transcrevendo literalmente muitos dos documentos consultados em arquivos em Londres, Lisboa, Paris, Haia, Bahia, Rio de Janeiro e Lagos, produziu o seu livro mais historiográfico.

"Muitos dos pretos, ao voltarem libertos para a África com costumes brasileiros, fizeram lá uma espécie de Brasil, assim como se formou aqui uma espécie de África", dizia Verger; que considerava importante o reatamento dos laços entre esses povos irmãos. Com Fluxo e Refluxo, vários artigos e outras iniciativas, ele tentou colaborar para essa aproximação. E, de fato, a sua obra promoveu e continuará promovendo muitos avanços nesse campo, pois ela continua sendo uma das mais importantes fontes de informação para brasileiros e africanos, que desejarem conhecer melhor a sua própria história.

(Fundação Pierre Verger)

Orixás : Verger e o Candomblé


 

"O Candomblé é para mim muito interessante por ser uma religião de exaltação à personalidade das pessoas. Onde se pode ser verdadeiramente como se é, e não o que a sociedade pretende que o cidadão seja. Para pessoas que têm algo a expressar através do inconsciente, o transe é a possibilidade do inconsciente se mostrar". No seu contato com o candomblé - como freqüentador, amigo e iniciado - Verger foi cuidadoso e paciente. Ganhou afeto, proteção, conhecimento e, para honrar a confiança que nele foi depositada, passou o resto da vida registrando lendas, liturgias e procedimentos, em suas fotos e livros, que se tornaram fonte segura de informação para adeptos, pesquisadores e curiosos.


"Só em 1948, dois anos após minha chegada à Bahia e uma longa viagem pelo Recife, Haiti e Guiana Holandesa é que comecei a dar-me conta da importância do Candomblé e do papel que desempenha, dando dignidade à maioria dos habitantes desse lugar, descendentes de africanos". Foi em 1948 também que ele esteve pela primeira vez no Ilê Axé Opô Afonjá, pouco antes de partir para a África, onde teria uma bolsa de estudos para fotografar rituais religiosos. Mãe Senhora se ofereceu para consagrar a sua cabeça a Xangô. Iniciou-se aí a longa amizade de Verger com o povo de santo.


Na África, esteve com descendentes dos antigos soberanos que originaram os mitos; conheceu os locais sagrados, assistiu e participou de rituais. Quando estava na Bahia, continuava o aprendizado: "O interessante é você conviver, fazer as mesmas coisas e participar sem intenção de entender. Participando, a coisa fica completamente diferente. Foi o que aconteceu comigo aqui. Eu convivia no terreiro do Opô Afonjá, fazia as mesmas coisas das pessoas da Casa, sem saber o porquê, nem como. Vivia em comum tomando parte das preocupações, das crenças".


Além do Afonjá, Verger freqüentou muitos outros terreiros, como a Casa Branca, as casas de Joãozinho da Goméia, Joana de Ogum e Catita, onde tinha muitos amigos e, depois de alguns anos, o Aganju, fundado pelo sacerdote e amigo Balbino Daniel de Paula, com a sua ajuda. Até o final da vida, entretanto, Verger se declarava um "francês racionalista" que não tinha "sentimentos religiosos muito fortes", ainda que talvez não fosse tão cético assim. O fato é que a profundidade do seu conhecimento somado à sua vida monástica e temperamento misterioso o tornaram um referencial para pessoas de todos os credos.
(Fundação Pierre Verger)

Ewé : Verger e as Plantas

 

O horto que Verger sonhava em construir no quintal nunca ficou pronto, mas basta dar uma olhada no terreno em volta da sua casa, atual sede da Fundação Pierre Verger, para perceber que, no pequeno espaço de que dispunha, ele conseguiu incluir o essencial. Aonde ia, estava sempre interessado nas plantas e não hesitava em pedir uma "mudinha". O interesse começou "desde 1950, mais ou menos, quando estudei para ser Babalaô, porque tinha o direito e dever de aprender com mestres africanos os trabalhos das plantas medicinais e litúrgicas".

Na África, Verger recolheu e catalogou informações sobre 3.549 plantas usadas pelos iorubás, sendo que cerca de 200 delas são conhecidas no Brasil pelos nomes africanos. Seu interesse principal era o uso medicinal de plantas como revigorantes e calmantes, "que têm talvez intervenção no candomblé para ajudar as pessoas a receber o santo e também a voltar ao estado normal, porém, como as informações recolhidas sobre outras utilizações podiam ter interesse para outros pesquisadores tive que anotá-las". Um aspecto que ele descobriu ser fundamental é que "as plantas trabalham em sinergia, em combinação com outras".

Como não dispunha de muito espaço, Verger reunia as plantas, estudava-as e depois doava. Em 1969, mandou 1.210 exemplares para Paris. Em 1976, doou 150 plantas da flora baiana ao Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia. Na reunião e classificação dessas plantas, ele contou com a ajuda de instituições como o Serviço Botânico de Ibadan, de pesquisadores como o biólogo Alexandre Leal Costa e de sacerdotisas como Mãe Senhora e Olga do Alaketu. Os primeiros textos sobre o assunto começaram a ser publicados no final da década de 60, tratando de aspectos como a memorização do uso das plantas através de versos, o sistema de classificação de plantas criado pelos iorubás e outros.

Em 1995, foi lançado o livro Ewé, o uso das plantas na sociedade iorubá. Trata-se de 2.216 receitas com folhas, cascas, sementes, frutos, flores e raízes, usados para as mais diversas finalidades: problemas de pele, impotência sexual, falta de dinheiro, pesadelos. Além da identificação das plantas e fórmulas, em iorubá e português, Verger inclui e analisa as palavras que devem ser pronunciadas durante os rituais, um ponto essencial na liturgia iorubá. Como explica Verger, "no candomblé, a coisa mais importante é a questão das folhas, das plantas que se utilizam no momento em que se faz a iniciação. A natureza está sempre presente dentro da cerimônia. Antes de se fazer a cerimônia, a gente toma banho de certas plantas, para ter esse axé, essa força que está dentro das plantas".
(Fundação Pierre Verger)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mais Fotos do Ilê














A Questão Financeira

A questão financeira dentro do candomblé pode ser debatida por demasiadas vertentes. Outro dia uma pessoa me disse que achava errado um sacerdote cobrar por um serviço à espiritualidade. E por quê? Um artista é obrigado a entregar de graça a sua arte, ou um bailarino profissional tem que dançar de graça?  Então, um ser que serve  a espiritualidade não precisa usar o seu conhecimento de graça, veja bem, se o meu pai de santo cobra para me limpar eu também não posso limpar ninguém de graça.

 Ah sim, existem casos e casos, de caridade que não podemos esquecer mas isso não significa que o conhecimento que ralamos para conseguir, gastamos, iremos usar de qualquer maneira, ou vamos todos os sacerdotes dentro do Candomblé morrer de fome. Não são todos que tem um trabalho fora a sua religião, a grande maioria, acredito eu, vive dela. E por que não encarar com fé a sua religião como um trabalho honrado? E todo trabalho necessita ser pago não é? Sim, necessita.

 Outra questão que acho pertinente, as pessoas dizem que é uma religião cara, sim é, se vc não levar em consideração o imenso trabalho que existe por trás de tudo o que é feito. Garanto que para quem vive esta realidade acha muito bem pago cada centavo em que está depositada a sua vida e de seu orixá. Eu acho. Vai depender das prioridades de cada um.

 Outra questão , delicada,  é escolher bem o seu sacerdote, para que cada vez em que você precise depositar nele a sua confiança ela seja devolvida em dobro. Existem pessoas que dão um valor exacerbado ao dinheiro e diferenciam o tratamento de filhos por conta de sua situação financeira. Ou os que exploram a fé de alguns visando lucro. Procure saber antes de se entregar , quem é a pessoa por quem vc se encantou, e se ele é sincero no seu amor ao orixá, existem pessoas que depois de tomar o seu dinheiro mal vão se lembrar do seu nome. Escolha uma verdadeira família. Boa busca. Asé. Iyarobá Mariana de Osum. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O Abiku

Àbíkú (nascer-morrer)

Só mesmo um grande mestre como Pierre Verger para nos tirar da ignorância sobre este tema, através da sua pesquisa e coragem, cujo legado será eterno.

Se uma mulher, em país yorubá dá à luz uma série de crianças natimortas ou mortas em baixa idade, a tradição reza que não se trata da vinda ao mundo de várias crianças diferentes, mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú (nascer-morrer) que se julga vir ao mundo por um breve momento para voltar ao país dos mortos, órun (o céu), várias vezes.

Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o mundo sem jamais permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, desejos de ter os filhos vivos.

Encontramos informações a respeito dos abikú em oito itans (histórias) de ifá, sistema de adivinhação doa yorubá, classificados nos 256 odu (sinais de ifá). Essas histórias mostram que os abikú formam sociedades no egbá órun (céu), presididas por iyàjansà (a mãe-se-bate-e-corre) para os meninos e olókó (chefe da reunião) para as meninas, mas é Aláwaiyé (Rei de Awaiyé) que as levou ao mundo pela 1ª vez na sua cidade de Awayié. Lá se encontra a floresta sagrada dos abikú, aonde os pais de abikú vão fazer oferendas para que eles fiquem no mundo.

Quando eles vem do céu para a terra, os abikú passam os limites do céu diante do guardião da porta, oníbodé órun, seus companheiros vão com ele até o local onde eles se dizem até logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Se prometem a seus companheiros que não ficarão ausentes, essas, crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos no céu.

Nossas histórias de ifá nos dizem que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter no mundo esses abikú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros se arriscam a perder o poder sobre eles.


Entre as oferendas que os retêm aqui, na terra, figuram, em primeiro plano, as plantas litúrgicas.
- Abíríkolo (crotalaria lachnophera, papilolionacaae)
- Agídímagbayin (não identificada)
- Ídí (terminalia ivorensis, combretacae)
- Ijá àgborin (não identificada)
- Lara pupa (ricinus communis - mamona vermelha)

Ainda mais duas plantas são frequentemente utilizadas para reter os abikú e que não figuram nessas histórias:
- Olobutoje (jatropha curcas, euphorbiaceae)
- Òpá eméré (waltheria americana, sterculiaceae)

A oferta dessas folhas constitui uma espécie de mensagem e é acompanhada por ofó (encantamentos).

Em país yorubá, os pais, para proteger seus filhos abikú e tentar retê-los no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e aí esfregar atin (um pó preto feito com ossum, favas e folhas litúrgicas para esse fim) ou ainda ligar à cintura da criança um ondè, talismã feito desse mesmo pó negro, contido num saquinho de couro.

A ação protetora buscada nas folhas, expressa nas fórmulas de encantamento, é introduzida no corpo da criança por pequenas incisões e fricções, e a parte do pó preto, contida no saquinho do ondé, representa uma mensagem não verbal, uma espécie de apoio material e permanente da mensagem dirigida pelos elementos protetores contra os elementos hostis, sendo essa forma de expressão menos efêmera do que a palavra.

Em uma outra história, são feitas alusões aos xaorôs, anéis providos de guizos, usados nos tornozelos pelas crianças abikú , para afastar os companheiros que tentam vir buscá-los no mundo e lembrar-lhes suas promessas. De fato seus companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos abikú, retidos no mundo pelas oferendas, encantamentos e talismãs preparados pelos pais, de acordo com o conselho dos babalaôs. Nem sempre essas precauções e oferendas são suficientes para reter as crianças abikú sobre a terra. Iyájanjàsa é muitas vezes mais forte. Ela não deixa agir o que as pessoas fazem para os reter e porá tudo a perder o que as pessoas tiverem preparado. Contra os abikú não há remédios. Yiájanjàsá os atrairá à força para o céu. Os corpos dos abikú que morrem assim, são frequentemente mutilados. A fim de que, dizem, eles percam seus atrativos e seus companheiros no céu não queiram brincar com eles sobretudo para que o espírito do abikú, maltratado deste modo, não deseje mais vir ao mundo.

Essas criança abikú recebem no seu nascimento, nomes particulares. Alguns desses nomes são acompanhados de saudações tradicionais. Eles podem ser classificados: quer nomes que estabeleçam sua condição de abikú; quer nomes que lhes aconselham ou lhe suplicam que permaneçam no mundo; quer em indicações de que as condições para que o abikú volte não são favoráveis; quer em promessas de bom tratamento, caso eles fiquem no mundo. A frequência com que se encontra, em país yorubá, esses nomes em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, mostra que muitos abikú ficam no mundo graças, pensam as almas piedosas, a todas essas precauções, à ação de Òrúnmìlà, e à intervenção dos babalaôs.

Alguns nomes dados aos ABIKÚ:

Aiyédùn - a vida é doce
Aiyélagbe - Nós ficamos no mundo
Akúji - O que está morto, desperta
Bánjókó - Senta-se comigo
Dúrójaiyé - Fica para gozar a vida
Dúróoríìke - Fica, tu serás mimada
Èbèlokú - Suplica para que fique
Ilètán - A terra acabou (não há mais terra para enterra-lo)
Kòjékú - Não consinta em morrer
Kòkúmó - não morra mais
Kúmápáyìí - A morte não leva este daqui
Omotúndé - A criança voltou
Tìjúikú - Envergonhado da morte (não deixa a morte te matar)

As cerimônias para os abikú parecem ser pouco frequentes entre os yorubás, a única assistida por Pierre Verger, a cerimônia foi feita pela tanyinnon encarregada do culto aos deuses protetores de uma família tradicional do bairro Houéta. Num canto da peça principal, oito estatuetas de madeira com 20 centímetros de altura e eram colocadas sobre uma banqueta de barro.

Todos vestidos de panos da mesma qualidade, mostrando pela uniformidade de suas vestimentas, pertencer a uma mesma sociedade (egbé). Seis destas estatuetas representam ábíkús e as outras duas ibeji. As oferendas consistiam de oká (pasta de inhame) obèlá (espécie de caruru) èkuru (feijão moído e cozido nas folhas) eran dindi, eja dindin (carne e peixe fritos) que, depois da prece da tanyionnon e da oferenda de parte desta comida às estatuetas, foram distribuídas pela assistência. Uma sacerdotisa de Obatalá assistiu à cerimônia sublinhando as ligações que existem entre o orixá da criação, as pessoas de corpos mal formados, corcundas, alijados, albinos e aqueles cujo nascimento é anormal (àbíkú e ibeji).

Portanto ao contrário que muitos falam, nada tem a ver com a criança que já nasce "feita" no santo.


O legado dos antigos pelas suas crenças, histórias e ritos da sua prática religiosa e cultural, se adaptam e se aplicam em qualquer tempo, através da sua sabedoria, com muita propriedade.

Em seu tempo, não há referências ao aborto, mas ao contrário, o esforço pela manutenção da vida, inclusive em quantidade. Pela prática divinatória através do jogo de búzios, nos dias de hoje identificamos muitos desses abikús , que percebemos em uma segunda instância, muitos são "criados", passam a existir por ingerência do ser humano através do aborto, é até simples de entender e ver por uma ótica e lógica astral/espiritual a qual simplesmente não podemos deletá-la da nossa mente e inteligência, ou na pior das hipóteses; ignorá-la: No instante em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, esta nova matéria existente já é provida de alma e espírito, que os cristãos chamam de "anjo da guarda" e os yorubanos de "orixá" (guardião da cabeça), este fenômeno consta na teologia Yorubana.

Quando da execução do aborto propriamente dito, o ser humano supostamente, exerce o "seu direito" de eliminar aquele ser; mas somente a parte material, o corpo, por ele criado através do ato sexual de procriação, matando de forma definitiva o feto. Mas e o que por ele não foi criado, alma e espírito, onde fica, para onde vai? Esta análise via de regra não é feita ou levada em consideração, acaso haverá consequencias? Seríssimas, que aqui descrevemos com muita convicção, pautado nas mais diversas constatações através dos consulentes, por mais de duas décadas, dos sintomas pós aborto, a presença daquela "figura" que aparece de uma forma genética, oriunda de gerações passadas, os que são provocados e voltam ainda na mesma geração, e os que voltarão em nossos descendentes, e da forma mais imprevisível possível. A grande maioria de seres que nascem com deformidades, doenças graves, mortes prematuras... tem grandes possibilidades de serem abikús fabricados pelo homem.

Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda nova, há muita possibilidade de ser um abikú que está voltando ao "céu", bem como persiste a probabilidade de voltar em um próximo filho, ainda na mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se já há caso de aborto ou morte prematura, é bem possível.

As reações, mais da mãe que do pai, em caso de aborto, porque muitas vezes o pai não fica sabendo e não participa da decisão, na sua vida, no seu dia a dia são sintomáticas: desequilíbrio generalizado, na vida pessoal, no trabalho, em casa, nos estudos, nada dá certo, nada vai bem, angustia, depressão, pessimismo, falta de ânimo, aparentemente tudo deveria estar bem, mas as coisas não "vão"; É a influência daquele "ser", que contrariando as leis da natureza foi "fisicamente" eliminado, o qual fica gravitando num outro plano próximo aos pais, afetando suas vidas com estes sintomas.

Até mesmo por uma questão de justiça, não poderá um abikú que foi "gerado" por uma família, aparecer em outra, que nada tem a ver com o ato irresponsável de outros, e percebemos que uma criança que já nasce deformada de alguma forma, ou uma doença grave com morte, quem sofre realmente na sua plenitude são os pais, porque a dor interna é maior que a dor física, a criança já nasceu daquela forma, para ela que não sentiu e não sabe ser saudável, não percebe e não imagina como se sente alguém normal, portanto a sua dor ou problemas, para si é normal.

Esta situação pode e deve ser tratada no seu campo espiritual, os antigos nos legaram instrumentos dentro da religião yorubá, para fazê-lo, através de ebós e oferendas específicas, que se vale do mesmo princípio aplicado nos países yorubanos, quer seja: "enganar" os abikús; Muito se pode melhorar e modificar, evidente que em alguns casos é irreversível após o nascimento, mas se detectado ou informado o babalorixá ou yialorixá competente, pelo que foi descrito, a mãe que poderia vir a ter um filho abikú, por meio desses ebós e oferendas pode-se evitar a vinda de um ser deformado ou com problemas sérios, que na realidade, nada mais é que um "retorno sob forma de castigo" de atos nossos ou de gerações passadas, de um processo que nunca foi tratado ou interrompido.

Desta forma vê-se que o aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas, pois é algo ligado diretamente à natureza, e consequentemente ao Seu Criador, modifica-se ou escapa da lei dos homens, mas não à Divina. Este é um fato porque nenhuma religião da terra permite o aborto.

(O Candomblé)



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Entrada Provisória para a Chácara dos Orixás

Haja vista que a entrada principal para o nosso Ilê foi danificada com as últimas chuvas, disponibilizo um pequeno mapa da entrada provisória , pelo fundo da Chácara. O desenho é amador, rs. Se por ventura não enxergar clique no desenho que ele aumenta, ou peça que eu envio por e-mail ok. 
 Quando passar o Supermercado Atacadão, na Rodovia Emanuel Pinheiro, sentido Chapada, a primeira entrada vire a direita, no bairro Jardim Itapuã, siga pela Rua das Limeiras até a Rua Indianópolis, vire a esquerda e siga até a terceira entrada a esquerda, é uma rua estreita de terra, siga até o final dela e já estará na Chácara. Abraços. Ekedy Mariana de Osum

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ilé Asé Egbé Omorisá Ogum

Venha conhecer a Chácara dos Orixás, o nosso Ilé Asé Egbé Omorisá Ogum, fruto de muito trabalho duro , suor e dedicação, onde o amor reside e a paz predomina.


 Axé !!!




sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Mais Um Bom Documentário

Mais um  bom documentário sobre o Candomblé disposto a minimizar o preconceito e promover a cultura. Assistam. 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Agenda para Agosto de 2012

Haverá neste dia 11 de agosto o retorno das atividades normais do Ilê, com o toque de catiços normal da casa, aberto a visitantes, com início às 19:00 horas até as 22:00 aproximadamente. Trazer o material da Entidade.  Dia 25 de agosto também haverá toque de catiços. O Ilê Asé Egbé Omorisá Ogum agradece e retorna suas atividades com imensa alegria em lhe receber. Sejam todos Bem Vindos .

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Prática do Sacerdócio

"Na última década houve um exacerbado aumento de Sacerdotes no Candomblé, sobretudo, aqueles que se tornaram Ìyálòrìsàs/Babalòrìsàs, imediatamente após terem concluído sua obrigação de sete anos. Mas será que somente a obrigação de sete anos outorga a um iniciado o direito ao sacerdócio? A resposta é não, vejamos por que.

Criou-se nos últimos tempos, o indevido paradigma de que ao completar a obrigação de sete anos, o iniciado poderá instaurar o exercício do sacerdócio. Fato ...
é que o sacerdote não nasce quando do término da sua obrigação de sete anos, mas muito antes, quando do seu nascimento. Na rica e bela cultura dos Òrìsàs, acreditamos que trazemos para o Aye (terra), a missão de nossas vidas acordada ainda no Orùn (céu). Em linhas gerais, isso quer dizer que a pessoa traz a missão de se tornar um sacerdote já no seu nascimento, isso está cravado irreversivelmente no seu destino, eles são os Omo Bibi (os bem nascidos).

Dessa forma, as pessoas que são “consagradas sacerdotes”, somente por terem completado o ciclo de sete anos, mas que não traz impresso no seu destino essa missão, poderá causar sério prejuízo a si mesmo e, principalmente aos seus seguidores.

Um Sacerdote de Òrìsà, além de obviamente zelar pela Divindade, zela pelos filhos dessas Divindades, ou seja, o sacerdote cuida de pessoas. É muito importante destacar esse ponto: “O Sacerdote cuida de Òrìsàs, de Pessoas. Ele cuida de Cabeças”. Nesse sentido, vale salientar que a obrigação de sete anos é um passo muito importante na vida de qualquer Omo Òrìsà e condição sine qua non para um futuro sacerdote, mas não é a obrigação de sete anos que tornará um Omo Òrìsà em sacerdote. Isso deve ser claro a todos.

Mas se não é a obrigação de sete anos que outorga o sacerdócio a um iniciado o que é então? Como dito acima, isso está impresso na memória ancestral daquele indivíduo, ele traz consigo essa missão do Orùn, que será revelada por meio do oráculo ou por voz pessoal do Òrìsà. Em uma primeira leitura, isso pode parecer utópico, no entanto, vamos lembrar a consagração sacerdotal de alguns dos mais importantes nomes do CandombléA reverenciada Ìyálòrìsà do Opo Afonjá, Mãe Senhora de Òsun, recebera a navalha que fora de sua avó Ìyá Oba Tosí, ainda na sua iniciação, sendo que sua Ìyálòrìsà Mãe Aninha, anteviu que ela seria uma sacerdotisa. A querida Ìyálòrìsà do Gantois, Mãe Menininha, foi consagrada Ìyálòrìsà pelos Deuses, que a escolherem e a sentaram no trono do Ile Iya Omi Ase Iyamase, sem a interferência humana. Na nossa casa, o Terreiro de Òsùmàrè, nosso amado Pai Pecê, foi indicado como futuro Babalòrìsà logo no seu nascimento, sendo carregado no barracão pelo Òrìsà Ògún de sua Avó, a inesquecível Mãe Simplícia.

Não queremos em momento algum, dizer que a consagração dos sacerdotes deve ocorrer nos parâmetros mencionados, mas queremos sim dizer que é necessária uma consulta muito acurada ao jogo de búzios, questionando aos Òrìsàs se aquela pessoa realmente deverá ser consagrada sacerdote. É preciso saber se aquela pessoa realmente foi escolhida pelos Òrìsàs para ser um Babalòrìsà ou Ìyalòrìsà, isso é algo muito sério.

Aqui em Salvador, por exemplo, há muitos Egbon (Omo Òrìsà com suas obrigações de 7 anos completadas, mas não consagrados sacerdotes). Esses Egbon, antiguíssimos e de conhecimento requintado da Religião dos Òrìsàs não se tornaram Babalòrìsàs/Ìyálòrìsàs por um único motivo, a saber: Não carregam nos seus destinos essa missão. Esses antigos são felizes por serem Egbon, são felizes por zelar pelos Òrìsàs na casa onde foram iniciados. São felizes por serem consultados pelos mais novos, sobre as histórias do povo antigo. São felizes por dizer: “Eu sou egbon da Casa A ou B”.

Quando questionados por muitos a razão de não serem Babalòrìsàs/Ìyálòrìsàs, eles imediatamente respondem: “Oh meu filho, eu não nasci com essa missão não, minha missão é ajudar a casa onde eu me iniciei”. Alguns inconformados reiteram: “Mas com tanto saber, você tinha que ser sacerdote”. Esses antigos Egbon, por sua vez, no elevado grau de sabedoria, acumulada ao longo de anos, finalizam a conversa dizendo: “Oh meu filho, saber é o de menos, é preciso nascer para ser”...
(texto retirado de Casa de Oxumarê)
 Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!!
Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó"

Desmistificando a Santeria Cubana

"Santeria (literalmente, caminhos dos santos - os termos preferidos entre praticantes incluem Lukumi e Regra de Ocha) é um conjunto de sistemas religiosos relacionados que funde crenças católicas com a religião tradicional Iorubá, praticada por escravos e seus descendentes em Cuba, no Brasil (onde o candomblé apresenta semelhanças com a santeria), em Porto Rico, na República Dominicana, Venezuela, no Panamá e em centros de população latino-americana nos Estados Unidos como Florida, Nova York, e Califórnia. “Santeria” significa os “caminhos dos santos”, originalmente um termo pejorativo aplicado pelos espanhóis para ridicularizar a devoção excessiva dos seguidores aos santos e à negligência de Deus. 

Os proprietários cristãos dos escravos não permitiram que praticassem as suas várias religiões animistas da África Ocidental. Os escravos encontraram uma maneira de contornar concluindo que os santos cristãos eram manifestações simplesmente diferentes dos seus vários deuses. Os proprietários pensaram que seus escravos tinham se tornados bons cristãos e elogiavam os santos, quando na realidade continuavam as suas práticas tradicionais... 

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O ritual de Santeria é altamente secreto e transmitido oral primordialmente. As práticas conhecidas incluem sacrifício animal, dança extática, e invocações cantadas aos espíritos. As galinhas são a forma mais popular de sacrifício; o seu sangue é oferecido aos orixás, ou a poucas divindades do guardião, que correspondem aos santos cristãos. A música do tambor, atabaque e dança são usadas para produzir um estado do transe nos participantes, que podem se tornar possuídos por um Orixá e falar com a voz dos orixás. A religião dos Orixás está ligada à noção de família a família numerosa, originária de um mesmo antepassado, que engloba os vivos e os mortos.

Até a década de 30 era comum ouvir falar de sacrifícios humanos em cultos de Santeria, porém não é um fato histórico. Muitos ativistas de direitos dos animais fazem exame da prática de Santeria do sacrifício animal, declarando que é cruel. Os seguidores de Santeria alegam que as matanças são conduzidas da mesma maneira que animais são abatidos para consumo e isto não é necessariamente sádico. Além disso, o animal é cozinhado e comido mais tarde.

Em 1993, a Corte Suprema dos Estados Unidos estabeleceu que leis de crueldade do animal dirigidas especificamente contra a Santeria eram inconstitucionais, e a prática não viu nenhum desafio legal significativo desde então. "




Okanbi Santeria é uma religião da nação Yoruba da Nigéria, em África Ocidental que veio através dos escravos que foram trazidos para Cuba para trabalhar nas plantações de açúcar. Esses escravos trouxeram as suas tradições espirituais com eles, e quando forçados pelos donos a converter-se ao catolicismo, engenhosamente esconderam os seus segredos religiosos dentro do imaginário dos Santos Católicos dos seus donos. Santeria, também conhecido como o "caminho dos Santos," é o termo aplicado aos escravos, que adoravam os seus Santos “primitivos” em detrimento dos Santos Católicos. A religião se conhece também como “La Regla de Ocha”, ou a religião lucumí. Varias religiões equivalentes se praticam no Brasil e, também em África ocidental.


Hoje, o que antes era um termo pejorativo, é de uso comum que de tal forma a maioria dos profissionais cubanos se referem como Santeros, e para os Orishas (divindades da religião) como santos. Pessoas ignorantes, racistas, podiam considerar a Santeria como um culto, ou uma religião sincretista ou animista como uma maneira de diminuir a sua importância e dissipar a profundidade dos seus mistérios. No entanto a Santeria é uma das grandes religiões do mundo, comparável ao hinduísmo ou a religião do Egipto antigo.


Têm uma teologia completa, uma completa mentalidade metafísica, e uma tradição ancestral elaborados e muitos rituais. Além disso, é uma religião de mistérios iniciados à semelhança dos célebres mistérios de Elêusis que se celebravam na Grécia da antiguidade, mas com a diferença que aqueles segredos que se perderam por ser tão bem guardados, os da Santeria sobreviveram por milénios relativamente com poucas mudanças. A maneira de aclarar, apesar do nome popular como é conhecida, a Santeria não consiste num culto a santos católicos.


Estas eram só mascaras que assumiram os Orishas para poder sobreviver durante a escravatura no corações dos seus devotos. Os Orishas são as divindades dos Yorubas, e a palavra “santo” é só utilizada devido a conveniência e a familiaridade. Outras tribos trouxeram as suas religiões, também. A tradição daomeana sobreviveu no que hoje é denominado "Arara" e as práticas do povo Bantu se tornou aquilo que é referido como "Palo", "Palo Monte", ou "Palo Mayombe." A quarta religião, da tribo Caravali, tornou-se numa sociedade de homens conhecida como Abakua.

Matanzas fica a 90 km a leste de “La Habana”, e esta cidade é conhecida por ser a província de algumas das maiores plantações de açúcar em Cuba, assim como a população escrava era bastante grande. A cidade e a província são consideradas por muitos como o fonte ou berço, das tradições religiosas Afro-Cubanas.
Muitos Santeros, conhecem Deus como Olorún (Dono dos Céus) ou como Olodumaré mas cada religião como tendo o seu tempo e lugar, eles estão adorando um só Deus, não importa o nome ou a linguagem utilizada nesse culto.
de 4 e 5 anos já conhecem os rudimentos dos rituais públicos e as palavras para as canções de louvor. Crianças que apresentam um talento, seja para cantar, tocar bateria, as ervas ou os rituais próprios, são tomadas sob a asa de um ancião que ensinou. Não há salas de aula, o ensino é feito mesmo nos rituais. Porque a religião tem sido tradicionalmente transmitidas oralmente, as diferenças na prática, surgiram entre as famílias alargadas (conhecido como "ramas" ou ramos). Sendo assim vamos ver as diversas crenças.





















Tradição Oral

Santeria, e todas as religiões afro-cubanas, são tradições orais. A medicina Yorubé têm os seus livros, geralmente copiados à mão a partir das notas escritas à mão dos mais velhos, mas a maioria aprende através da observação e da escuta durante as cerimónias. As comunidades religiosas são famílias muito unidas, geralmente do mesmo bairro. 




Ashe

Ashe é a energia espiritual ou divina que é o pilar do universo. Cada coisa, animal e pessoa tem axé. Através do poder do seu axé, os seres humanos têm o potencial de mudar a si mesmo e o seu ambiente. Música, dança, ritual é aumentar o nível do axé ao nível da comunidade, às vezes ao ponto que os Orishas “montam” os seus sacerdotes para se juntarem à festa ou cerimónia (ver "Posse" em baixo). Ashe é também "bênção." É a bênção dos Santeros quando pedem em relação a cada coisa - água, ervas, animais, outras pessoas, os tambores, os Orishas em tudo que fazem.





Deus

Santeros acreditam em um Deus, Olodumare (também chamado de Olorun ou Olofi), o Criador do universo. Deus é tão grande, tão irreconhecível, que a comunicação direta não é possível. Os seres humanos podem comunicar com Deus através dos Orishas.

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Posse

Alguns iniciados dizem ser possuídos pelos seus Orixás. Estas pessoas são chamadas de "cavalos", porque o orixá vai monta-los, a fim de comparecer perante uma comunidade. A cerimónia, particularmente uma celebração ou uma iniciação, realmOrishas apareçam nos seus filhos. A sua presença é uma constatação de que as orações dos Santeros chegaram a Deus. Deus envia os Orishas para participarem na festa, para confirmar o que ocorreu, e se comunicar com os Santeros recolhidos e aleyos.


Antepassados
Os antepassados, também chamados de Eguns, também desempenham um papel importante na cosmologia da Santeria. Toda a cerimónia começa com um aviso de orações aos antepassados, os dois anciãos da religião que já passou e os antepassados ​​do indivíduo. Uma pessoa pode ter vários Eguns diferentes, não necessariamente parentes, que o acompanham e atuam como guias espirituais. Algumas pessoas também são possuídas pelos Eguns. Tal como acontece com os Orixás, o Egun vêm para validar o que está acontecendo e se comunicar com o encontro. O Egun vem mais frequentemente durante as missas espiritual. Estas missas têm mais a ver com os cristãos do que com o Espiritismo Africano raízes da Santeria, e nem todos Santeros usá-los, ou pelo menos não regularmente. O Egun também vem durante as festas de celebrações dedicadas a eles. Estas celebrações tradicionalmente usam tanto o Cajon (uma caixa de madeira) ou guiro (atabaques e shekeres).







Adoração

Santeria é uma religião muito pessoal. A principal forma de adoração é a comunicação do indivíduo com o Egun e os Orixás. A adoração comunitária tem lugar durante as celebrações e iniciações. A principal forma de oração nestas circunstâncias é cantar e dançar, acompanhado pelos tambores que funcionam como o "telefone" para os Orixás e Deus. 






Ebbo

A principal maneira dos Santeros pedirem a intercessão dos Orishas na solução de problemas de um indivíduo é através do ebbo ou sacrifício. O Ebbo pode envolver algo tão simples como uma vela, talvez algumas flores, frutas ou doces, ou pode mesmo envolver um sacrifício animal. O sangue dos animais é geralmente reservado para ocasiões muito importantes: o nascimento de novos iniciados ou a resolução de problemas graves. O conceito por trás do sacrifício é compartilhado por muitas religiões antigas. O sacrifício de animais é a parte mais incompreendida da Santeria, especialmente nos Estados Unidos. Santeros que têm o direito de usar a faca são treinados para fazer isso da forma mais humana possível. Exceto nos casos em que o animal está limpando a doença ou a morte da pessoa, partes dele são ritualmente preparados e apresentados para os Orixás e o restante é consumido pela comunidade como uma forma de compartilhar o axé do animal que deu sua vida para os Orixás.





Iniciação

Existem vários níveis de iniciação na religião. O primeiro nível consiste em receber um ou mais colares nas cores do Orishas. O segundo nível envolve a receber um ou mais Orishas, ​​normalmente os guerreiros (Elegua, Ogun, Ochosi, Osun) ou Olokun (o orixá das profundezas do oceano). O terceiro nível envolve ter a cabeça lavada a um orixá particular. Esta cerimónia é geralmente um precursor para a recepção de OCHA. O iniciado é "coroado" numa complicada série de cerimónias que envolvem toda uma comunidade de Santeros. A OCHA é presidida por um Oba, ou Oriate, ou seja o sumo sacerdote da Santeria quem tem o conhecimento de todas as cerimónias e os segredos da religião. Ao terceiro dia após o início das cerimónias, o sacerdote recém-coroado, chamado de Iyawo, é apresentado ao “bata” (tambores sagrados) e a comunidade. O iniciado está vestido com uma roupa tradicional em cetim nas cores do Orixá coroação. Em seguida, o akpon (vocalista) canta um ciclo completo de músicas para o Orishas para Deus saber, através dos tambores sagrados, todas as cerimónias que o iniciado tenha sido submetido. Após a iniciação, o Iyawo devem vestir-se de branco durante um ano. Para os três primeiros meses, as mulheres usam um xale em público e homens usam calças compridas e mangas compridas. As refeições são comidas num tapete no chão. A cabeça do Iyawo é sempre coberta, para proteger a coroa delicada. Iyawos não deve beber ou ficar fora depois de escurecer. A vida Iyawo deve ser tão tranquila quanto possível. Em essência, o Iyawo é um bebé, e é tratado como tal pela comunidade, ele ou ela seja amada e acarinhados.




Okanbi
Os Orishas Cubanos
A influencia fundamental dos Yorubas sobre nós foi exercida através da sua religião e da sua imaginação. O seu panteão de divindades e Orishas continua sendo vivo e influente, e motivou o interesse dos estudiosos. Em África cada Orisha estava vinculado a uma região ou aldeia, já que se tratava de povos distantes e autónomos que viviam em economias fechadas. Assim o culto a estes Orishas era um culto local. No território Yoruba se adorava Changó em Oyó, Yemayá em Egba, Oggún em Ekití e Oridó e Ochún em Ijebu.













Alias estes cultos locais, havia alguns Orishas que eram adorados por todas as tribos de uma região, como Obatalá, de quem todos os governantes Yorubas se consideram descendentes. A importância ou posição de um Orisha depende de grandeza da tribo que o adorava, ou de quantas tribos o adoravam.
Em quase todos os casos, os Orishas são homens divinizados depois de mortos. O Orisha é uma força pura, imaterial, que somente pode ser percebida pelos humanos si ele tomar a possessão de um deles. O candidato desta possessão, é elegido pelo Orisha, é um dos seus descendentes.

Os Orishas mais conhecidos são os seguintes:

(São Cristóvão) o Orisha da terra seca, do deserto. Patrono dos caminhantes, dos automobilistas, dos aviadores e dos estivadores. Patrono da cidade de Havana (Cuba). Os seus dias são as quartas feiras e as sua festa se celebram no dia 16 de Novembro. É considerado para muitos o pai de Changó, e é conhecido como o gigante de Ocha.












(São Lázaro) Orisha das doenças venéreas, da lepra, da varicela e em geral das doenças e infeções que aparece no ser humano. O seu dia é a quarta feira e a sua festa se celebra no dia 17 de Dezembro.
























OLOKUN, oricha de grande importância, ainda pouco conhecido por muitos praticantes, porém muito difundido e adorado na Nigéria. Estas crenças, em geral, são fundamentadas em algo original ou histórico, e em África existem inúmeras.
(Santa Bárbara Bendita) Orisha maior: Deus do fogo, do raio, do trono, da guerra, dos ILÚ BATÁ (tambores) do baile, a música, e da beleza viril. Patrono dos guerreiros e das tempestades. O seu número é o 6 (Obbara). Os seus dias são as quintas feiras e todos os 4 de cada mês. O seu dia é o 4 de Dezembro. Este Orisha, é considerado dono de todas as mulheres, pois viveu amores com todas as Orishas.



(Criança de Atocha e São António de Padua) Elegguá é filho de Okuboro que era rei de Añagui. Na entrada das casas reside Elegguá, para proteger o refugio familiar da entrada de Echu, o vagabundo que leva consigo os problemas. As cores de Elegguá são o vermelho e o negro, que representam a vida e a morte.























Muitos na nossa crença tem a noção de que Oya-Yanzan é a que manda e rege o cemitério, no entanto não é assim. E ela quem recebe o cadáver na porta do cemitério, mas a dona daquele local sacro é Jegua. A ela Olodumaré lhe impôs viver neste tenebroso lugar por uma falta cometida ao ter amores secretos com Changó, o qual lhe era proibido naquele tempo.



(São Cosme e São Damião) os Gimaguas celestiais, que gozam do amor filial de todos os Orishas; são considerados patronos das crianças e geralmente vivem nas palmeiras, e foram eles quem venceram o diabo.


(Virgem das Mercedes, patrono de Barcelona) filho direto de Olofi e Oloddumare. No principio das coisas, quando Oloddumare desceu ao mundo, se fez acompanhar pelo seu filho de Obatalá. Sempre veste de branco. Protege os seus filhos da cegueira, da paralisia e da demência. Foi enviado a terra como fim de velar pelo bem e o bem estar de todo o planeta.

(São Alberto e São Norberto, em Santiago de Cuba é Santiago Arcanjo.) Ochosi é o melhor de todos os caçadores e as suas setas são muito certeiras, e nunca falham quando está em caça, assim também conhece o monte tanto como Elegguá e Oggún.























Para os ancestrais Yorubas e, para nós seus descendentes, a existência de Oloddumare (Ser Supremo) é tão real, como a própria de nós como povo. É muito raro encontrar entre nós os descendentes dos Yorubas alguém que não acredita em Oloddumare. Sem algum se chegar a encontrar, seguro estou que essa pessoa foi criado fora dos costumes de nossa crença. Em outras palavras, eu que estou tratando de decidir, que para os afro cubanos a crença de um Ser Supremo é Lei. De isto não temos a menor dúvida, sendo o Criador de todo o nosso universo e dos seres que vivem em este universo. Criador dos Céus e terra, homens e mulheres, que também criaram todas as Divindades, espirituais, dos quais são os funcionários, intermediários entre o homem e Oloddumare.



(Nossa Senhora da Caridade do Cobre, patrono de Cuba) Orisha dos rios, do amor, do matrimónio e do ouro, símbolo do feminino. É o símbolo da beleza, da graciosidade e da sexualidade feminina, mulher de Changó e íntima amiga de Elegguá, que a protege.

Oyá Iansa é o nosso credo, é um dos cinco elementos mais importantes nesta vida. Ela é a secretária de Olofi porque é a primeira que sabe todo nesta vida pois é o ar. Imaginem o que seria de este mundo em que vivemos sem o ar que respiramos, o que seria das plantas e todo o que necessita de ar para viver.



(São Pedro e São João Baptista. No Brasil São António de Pádua e São Jorge - Rio de Janeiro - no Haiti São Jacobo o Maior. ) Oggún, é o dono do ferro. Se trata de um Orisha teimoso e solitário, que se encarregou de abrir o caminho dos demais Orishas quando baixou a terra.

(Virgem das Regras, no Brasil Imaculada Conceição) É a Orisha mãe de todos os Orishas e quem governa no mar. Se diz que "o Santo nasceu do mar", onde nascem os búzios que se usam no Dilogun, pois o búzio foi o primeiro que falou e disse as criaturas o que teriam que fazer. É a mais respeitada do panteão Yoruba.

A palavra Osaín significa conhecedor, médico, começo da vida e eternidade. Isto é assim, porque ele é o espírito que vive em tudo que tem vida na terra e porque é o médico desta religião. Ele é o dono de todas as plantas, ervas, animais de este mundo. Não há nada de Santo se não passa pelos banhos de ewes (ervas) de Osaín.
Aqui vamos falar de Oba Nani é Obini (mulher) de Alafi (Changó), legitima esposa de Changó. Mulher nobre e boa, filha de Pduá e Yembó. Seu significado na religião Yorubá tem a haver com todo o que existe neste mundo. É ela quem ensinou a todos os Orichas a arte da guerra, e que ensinou a Changó a manejar o machado, a Oyá o chicote e a Oggún todas as suas ferramentas. Está relacionada com todos os Orichas, e que em suas ferramentas relata as coisas que ela significa neste mundo.

Oko

Junto com Olokum é o Oricha mais poderoso neste mundo e um dos mais venerados no panteão Yoruba. Oricha Oko é a terra, pois certo é uma parte deste planeta em que a outra é a água.

Obi

Um dos Orichas menos conhecido na religião Yorubá é Obi, que simboliza o coco. Quando este Oricha passou pela terra na sua primeira vida, Olodumaré lhe deu um lugar de muita importância entre o seu reino. Obi era branco por fora e branco por dentro, significando a pureza de carácter, de orgulho e de vaidades. Tanto era o seu encanto que ganhou respeito de todos, e confiança e respeito dos seus irmãos e se conhecia não só pelas habilidades do seu oráculo, como também pela pureza e imparcialidade das suas decisões.
Vamos falar de Inle que é considerado um Oricha que se deve coroar como Yemanjá. Inle era medico, pescador, caçador e adivinho como Ucuele, não era Babalawo, mas tinha a virtude de Olofi de que fora essas coisas todas. Todo o que fazia saí bem, pois tinha essa virtude, mas a sua verdadeira função era ser pescador.

(Texto retirado de:)
Okanbi
Com a bênção de Meu Pai Aggayú e Yemanjá