sábado, 28 de abril de 2012

A Boca do Mundo

A Boca do Mundo – Exu no Candomblé, documentário que traz múltiplas representações e significados do Orixá Exu, um dos deuses do Candomblé, religião brasileira de matriz africana. O projeto propõe uma incursão poética no universo simbólico e cultural de Exu, intimamente relacionado à sexualidade, à comunicação e ao comércio. Exu é um orixá polêmico no interior da cultura popular brasileira e da história do Brasil, pois tem sido apropriado por outras religiões, muitas vezes de forma negativa.
O documentário subverte as formas tradicionais de realização documental e parte de oficinas de capacitação em audiovisual, com adeptos do Candomblé, considerando a intimidade dessas pessoas com os aspectos relacionados a Exu, sejam eles materiais ou espirituais. Neste sentido está a ideia de trazer membros da religião para a captação das imagens a fim de tornar a representação mais interessante e verdadeira. Com depoimentos de Mãe Beata de Iemanjá, ialorixá do Rio de Janeiro, entre outros.
O desejo de realizar este documentário teve origem na pesquisa de mestrado sobre “Fotografia e Candomblé” da diretora e fotógrafa Eliane Coster.
A Boca do Mundo – Exu no Candomblé não pretende ser uma obra definitiva sobre o orixá, mas oferece um conjunto de elementos que permite ao espectador compreender e sentir a riqueza de representações e ações que este orixá produz e opera no cotidiano das pessoas.
Direção: Eliane Coster, Rio de Janeiro. Produtor Executivo e Editor: Rogério Zagallo. Produtora: Oka Comunicações. Documentário. 2009. Duração: 26′

terça-feira, 24 de abril de 2012

O Obi Africano

 O Obi é um elemento muito importante no culto de Vodun, Orisa e Nkise. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.
É um alimento básico, e toda vez que é oferecido, o seu consumo é sempre precedido por preces.
Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.
Quando Olodunmare descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação.
Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.
Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.
Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.
Após isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.
Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.
Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.
Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.
Aiye pegou-as e as levou para Olodunmare,e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.
Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.
No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.
Foram então até Olodunmare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.
Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.
Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela. Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.
Depois, ela começou a comer as nozes cruas.
Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.
Após isso, ela levou as frutas para Olodunmare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.
Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em Sua casa quem conseguiu descodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.
Olodunmare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.
Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodunmare e tinha duas peças.
Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.
A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimónia.
A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla.
A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.
A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.
Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.

 (Candomble o mundo dos orixas)


domingo, 22 de abril de 2012

Canções, Segunda Parte






Margareth Menezes: "Na beira do Mar"



Zeca Pagodinho  e Jorge Benjor : "Ogum"




Zeca Pagodinho : "Minha fé"




Carlos Buby : "Feiticeiro Negro"









 

Lucio Sanfilippo: "Festa para Logum Edé"


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ajodum de Odé em M.S.



Ajodum de Odé na Casa do Pai Edson em Campo Grande , com a presença de Baba Pecê
em 14 de abril de 2012.





segunda-feira, 16 de abril de 2012

A Lenda de Iku



O povo yorubá como o resto do povo africano, crê que a morte não e o fim da vida. Eles acreditam que existe um outro mundo paralelo ao nosso. A morte para eles não representa o fim da vida terrestre e sim um prolongamento da vida além túmulo. Este mundo para o povo yorubá é chamado de Orun ( Céu ) o mesmo é dividido em 9 ( nove ) partes. Este local para eles é o domínio dos seus ancestrais.
A morte para o yorubá não é a extinção da vida terrestre, mas uma mudança de vida para outra. Seus antepassados ou ancestrais são chamados de Òkù Òrun e Àgbagbà, ou ainda tem um outro título chamado de Èsa, usado para reverenciar um ancestral por parte religiosa Lese Orisa ( Culto aos Orixás ), este Título chamado de Èsa e chamado seu nome em um ritual desta religião chamado de Ìgpádè ( Encontro ).

Um antepassado ou ancestral é alguém que uma pessoa descende, seja por parte paternal o maternal, em qualquer período de tempo, em que o ser vivente conversava e tinha relações afetuosas. O povo yorubá tem por costume cultuar seus antepassados ou ancestrais para ter o merecimento de culto, somente aqueles que uma idade avançada ( salvos algumas restrições de nascimento), ter tido um trabalho de boa qualidade perante a sociedade, ter deixado bons filhos, ter sido uma pessoa de boa índole . Para o yorubá um casamento sem filhos não é uma boa forma de ter vivido ou seja um mal negocio.
Para eles existe um sistema de valores que tem 3 partes: Um OWO ( dinheiro), Dois OMO ( Filhos) Três ÀÍKÙ ( Vida longa ).

A vida longa para eles e a mais importante porque pode proporcionar a ele o alcance das outras duas partes. São estes valores e toda linhagem de gerações passadas que, se transformam para os seus familiares o direito de ser cultuado como antepassado ou ancestral. Existe a ancestralidade por parte de pai e mãe, mais somente a parte masculina e cultuada por ser a mais importante. Através do pai que é passada a ancestralidade da família, ele e o procriador e cabe a ele a transmissão da mesma para os seus filhos, sendo a mãe a genitora recebendo esta ancestralidade e dando a ele a vida. A parte feminina e cultuada de uma forma de energia aglutinada tendo o seu culto junto as Gelede ( Culto de eguns femininos ligado ao culto das Yia mi Aje.” Minha mães feiticeiras”). Os ancestrais quando chega ao Orun, eles são recebidos pelos seus antecessores acolhendo e encaminhando, fazendo-os se desprender dos bens materiais. Sendo, este que faleceu pertencer ao culto dos orisas, ele só poder se desprender de todo bem material deixado na terra, depois do asese ( Axexe. Obrigação feita para as pessoas que morrem e pertence ao culto de orixá). Feito esta obrigação este ancestral poderá se desprender das coisas matérias e encontrar os seus ancestrais que já se encontram no Orun, os mesmos ajudam encaminhando para um lugar de luz, fazendo com que ele ganhe grau espiritual para poder ajudar seus familiares que deixou na terra.

Quando falamos a palavra culto damos a conotação de homenagem aos espírito, assim podemos entender melhor o que falamos. Feito as obrigações do ritual fúnebre, o espírito se desprende de tudo que deixou na terra e passa por um portal que liga o Aye ( terra) ao Òrun ( céu), este portal e guardado por um guardião chamado de Ònibòdè Òrun ( guardião do céu), este portal tem a ligação entre os dois mundos no qual Òrun e a moradia de Òlòdumarè ( Criador supremos de tudo e todos os seres).

Conforme a cultura Yoruba, o Òrun e dividido em 9 ( nove) partes e dependendo da vida e a causa morte deste ancestral ele e colocado em uma destas 9 ( nove ) partes. Cada parte corresponde a um tipo de elevação espiritual. Dependendo da vida, ele pode ficar no Òrun Buruku ( Parte onde se encontra as pessoas que teve uma vida ruim, só causou problemas, matou, roubou, teve uma vida desregrada), até o Òrun Áláfiá ( Parte onde se encontra os que tiveram uma vida solida, sadia, boa, foi uma pessoa de boa índole). Por isso temos de fazer por merecer que nosso espírito seja cultuado e reverenciado por nossos descendentes. Somente seremos reverenciados após nossa morte e poderemos ajudar nossos descendentes se tivermos uma vida correta.

Nascimento ( Ìbi), Vida( Ìyé) e Morte( Àti Iku ), o Pós- Vida ( Ìye Lèbin Iku), o Julgamento Divino ( Idájo ti Òlòrun) e o possível retorno a vida sucessivamente ( Àtùnwa) São visto com criação de Òlòdumarè, para remover da terra as pessoas que tiveram seu tempo de vida. Sendo Iku o seu mais fiel mensageiro. Para os Yorubas Iku também e um orixá. Iku não mata, somente toca as pessoas, com este toque a pessoa se desliga deste mundo acordando no outro. Costuma-se dizer: Ikú Kí pani, ayò I'o npa ni – “ A morte não mata, são os excessos que matam”

O odú Òyèkú Méji revela, em um de seus ìtàn, que a morte somente começou a matar, depois que sua mãe foi espancada e morta na praça do mercado de Ejìgbòmekùn. Ele gritou enfurecido. Fez do elefante a esposa do seu cavalo. Ele fez do búfalo a sua corda. Ele fez do escorpião o seu esporão bem firme pronto para lutar.
 
"Ojontarigi era a única esposa da Morte, mesmo assim Orunmila quis arrebatá-la. 
À Orunmila foi dito para ele fazer sacrifício,
E ele fez.
Depois que ele terminou de fazer o sacrifício, 
Ele arrebatou Ojontagiri para longe da morte.
Então a Morte pegou o seu Kumo,
E foi para a casa de Orunmila.
Ele viu Esu na frente da casa.
Esu disse: “Como vai você ?”,
Iku Ojepe cujo artigo de vestuário é tingido em osun.
Depois que eles trocaram saudações,
Esu pergunta para ele: Onde você vai?
Morte respondeu que ia para a casa de Orunmila.
Esu pergunta: Qual o problema?
Morte disse que Orunmila levou sua esposa,
E por isso tem que matá-lo.
Esu, então, implorou para Morte se sentar.
Depois que ele se sentou,
Esu deu comida e bebidas.
Depois que Morte comeu até se satisfazer, 
Ele se levantou,
Pegou seu bastão, 
E começou a ir.
Então, Esu perguntou novamente: “Onde você vai?”,Morte respondeu que ele ia para a casa de Orunmila, Então Esu disse: “Como você pode comer a comida de um homem, e ao mesmo tempo querer matá-lo ?”
Você não sabe, que a comida que a pouco você comeu, pertence à Orunmila?
De repente morte não sabia o que fazer,
Ele diz: “Diga para Orumila que ele pode ficar com a mulher”
Assim Ikú ficou sozinho, sem filho e sem esposa! Sendo o Orisa mais fiel a Òlòdumàré"
Por isso se recebemos uma pessoa em nossa casa, damos abrigo, alimentação, esta pessoa não poderá nos fazer mal, e se o fizer pagará com a própria vida por este ato. Nem Ikú matou Òrumilá depois de comer sua comida. Quem somos para fazer mal aquele que nos alimenta...


sábado, 14 de abril de 2012

Agenda para Maio de 2012


Dia 05 de Maio: Roda de catiços das 19:00 às 22:00 hs aproximadamente. (aberto)


Dia 19 de Maio: Roda de catiços das 19:00 às 22:00 hs aproximadamente. (aberto)


*Os demais finais de semana se destinam aos trabalhos internos do Ilê, consultas de clientes novos com hora marcada, atendimento especializado aos amigos da casa e estudo por parte dos filhos desta.
*Em trabalhos abertos com catiços, o visitante deve trazer o material do mesmo para a consulta, tais como as bebidas, os cigarros e um maço de velas, de acordo com a Entidade. Qualquer informação ligar para (065)9933-0914.
*Lembrando que consultas com catiços em particular e jogo de búzios "somente com hora marcada", aos finais de semana durante todo o dia e durante a semana após as 18:00 hs.


QUALQUER MODIFICAÇÃO DE ULTIMA HORA SERÁ FEITA AQUI MESMO NESTE POST, FIQUE ATENTO!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

"As mãos do Meu Pai"

"As Mãos do Meu Pai

As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...

(Mario Quintana)"






                                   
Babalorisá Wender

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Religião de Resistência


Promo para divulgação do projeto de documentação sobre o Candomblé, com narração da Mãe Márcia dOxum. Direção Marco Velasquez, Fotografia Tiba Velasquez, Edição e Montagem Eduardo Chamon

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pequeno dicionário Yorubá

Abadá - Veste branca ou de cor de mangas largas, usada pelo Yorubás.
Abará - Bolo feito com massa de feijão-fradinho, cebola, camarão-seco, sal, enrolado com folhas de bananeira e cozido no vapor de água quente.
Abatá - Sapato ou qualquer tipo de calçado.
Abebê - espelho usado por Oxum e Iemanjá.
Abelê - leque usado por Oxum.
Abiã - Pessoa que está nascendo para o culto.
Abikú - Uma criança que morre logo após o parto para atormentar os pais, nascendo e renascendo indeterminadamente.
Abô - banho de proteção feito de ervas litúrgicas para o culto.
Acarajé - comida ritual da Orixá Oyá-Iansã. Na África é chamado de àkàrà, enquanto je significa comer. No Brasil foram unidas as duas palavras acara-je.
Acaçá - é uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. Feito com milho branco ou milho vermelho. Todos Orixás recebem o Acaçá como oferenda.
Adé - Homem com trejeitos femininos, homem afeminado.
Adiê – Galinha preparada para sacrifício aos Orixás.
Adjá - sino de alumínio ou cobre de três bocas.
Adobale - Nome dado ao ato de deitar-se no chão para ser abençoado pelo Orixá.
Adun - Comida de Oxum feita com milho torrado e moído, com um pouco de azeite de dendê e mel de abelhas.
Adupê - Bode.
Afoxé - é um instrumento musical composto de uma cabaça pequena redonda, recoberta com uma rede de bolinhas de plástico parecido com o Xequerê sendo que o afoxé é menor.
Afoxé - também chamado de Candomblé de rua - é um cortejo de rua que sai durante o carnaval de Salvador, Bahia.
Agogô - é um instrumento musical de metal usado no candomblé. O nome vem de akokô, palavra nagô que significa "relógio" ou "tempo", assim como um som extraído de um instrumento metálico. Compõe-se de dois pedaços de ferro, um menor que outro, ou dois cones ocos e sem base, de tamanhos diferentes, de folhas de flandres, ligados entre si pelos vértices.
Águas de Oxalá - Cerimônia de purificação do terreiro. Esta Cerimônia marca o início do ciclo de festas litúrgicas nos Candomblés de origem Yorubá e Jeje no Brasil.
Aiê - A terra, o solo, sob o domínio de Obaluaiê.
Aiuká - Fundo do mar, para o povo Banto.
Ajapá - Cágado, tartaruga. O animal sagrado de Xangô.
Ajé - Feiticeira
Akã - Faixa usada para amarrar no peito dos médiuns incorporados.
Akikó - Galo
Akokem - Galinha D’angola.
Akukó - O mesmo que Akikó - Galo.
Alfange - Objeto semelhante a uma espada.
Alagbê - É o Ogan responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados Atabaques. Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar no terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens.
Alaketo - Nação do povo Iorubá-Nagô.
Alibã - Polícia.
Aluá - Bebida feita com farinha de milho ou de arroz, fermentada em água com cascas de frutas, gengibre e um pouco açúcar. É servida nos terreiros de Candomblé, principalmente aos caboclos.
Alujá - Batida de tambor especial para Xangô.
Amalá - é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce.
Amorim - pano virgem.
Angola - Região do sudoeste da África, de onde vieram negros escravos para o Brasil, trazendo vários dialetos de origem Bantu como Kimbundo, Embundo, Kibuko e Kikongo.
Arrôboboi - Saudação do Orixá Oxumarê.
 Arê - Ruas e Encruzilhadas.
 Assentamento - recipiente onde se assenta a força dinâmica do orixá.
Assogba - Supremo sacerdote do culto de Obaluaiyê. O nome significa "consertador de cabaças", em iorubá.
Atabaque - De origem africana, usado em quase todos rituais afro-brasileiro, típico do Candomblé e da Umbanda e de outros estilos relacionados e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa, empregados para convocar os Orixás. O atabaque maior tem o nome de RUM o segundo tem o nome de RUMPI e o menor tem o nome de LE.
Axé - força invisível, mágica e sagrada.
Babalaô - baba, pai; aô, completo, tudo; "um pai para tudo".
Bori - cerimônia destinada a "reforçar a cabeça" do iniciante.
 Búzios - conchas cônicas utilizadas para adivinhação.
Cauris - búzios.
Contra-egum - trança feita de palha-da-costa que, amarrado no braço do iaô, tem a função de afastar os mortos.
Curas - espécie de tatuagens desenhadas na cabeça e em algumas partes do elegum no ritual de iniciação.
 Ebó - ritual destinado a afastar os elementos desordeiros indicados pelo desequilíbrio do iniciado.
Efum - espécie de giz branco utilizado no rito de iniciação para marcar o corpo do elegum e também nos assentamentos.
Egum, egungum - Espírito de pessoa morta que retorna à Terra em certos rituais. Segundo a tradição, é uma espécie de orixá individual que todo o ser humano tem; ele deve ser bem tratado pois é um ancestral do iaô. O culto é proibido às mulheres. A Iyagan é a única sacerdotisa que pode participar do culto.
Ejé - sangue derramado na cerimônia de iniciação.
Elegum - eleito, preferido do orixá.
Eni - esteira feita de uma palha trançada, onde os iniciados dormem até o complemento das obrigações.
Epó - azeite-de-dendê.
Erê -espírito de (ou sob a forma de) criança que prepara o iaô para receber seu orixá.
 Feitura de santo - iniciação ou processo em que os duplos sobrenaturais dos elementos psíquicos da pessoa são fixados em um objeto simbólico e sua contraparte é fixada na cabeça do iniciado.
Ibá (Igbá) - bacia utilizada na cerimônia de iniciação do iaô-elegum.
Ibiri - instrumento ritual de Nanã representado por um feixe de palitos de dendezeiro ornado com búzios.
Idés - pulseiras
 Igbim - espécie de caramujo.
Ilá - som que o iniciado emite quando irradiado do orixá para que as pessoas saibam que o iaô está possuído
Ilê - casa.
 Iroko - árvore considerada sagrada pelos iorubanos.
Ió - sal.
laô-elegum - filho-de-santo.
lfá - Orixá da adivinhação e do destino, mensageiro do Deus Criador. Espécie de oráculo que leva seu nome.
lya kekerê - "braço direito" da mãe-de-santo.
Juntó, ajuntó - conjunto de forças dos Orixás do elegum.
Kelê - colar de contas com as cores do orixá.
Laguidibá - colar de Obaluaê feito de anéis de chifre de boi.
Mãe-de-santo - na tradição nigeriana, pessoa apta a desvendar as respostas dos deuses através dos búzios. Também é o nome dado à pessoa que inicia e orienta o iaô.
Mariwo - tipo de fibra da palmeira do dendezeiro.
Nagôs - termo usado pelos franceses para designar os escravos que falavam o dialeto iorubá.
Obatalá - "Deus do branco" que preside a cerimônia do efum. Criador dos seres humanos. Variante de Oxalá.
Obi - fruto de uma palmeira africana, usado no candomblé na adivinhação ou como oferenda aos Orixás.
Odu - caída dos búzios, resultado da jogada.
Ofá - arco e flecha, instrumento-símbolo de Oxossi e Logum.
Ogã - padrinho do culto africano ou brasileiro. Pessoa que toca os atabaques sagrados (apenas os homens são ogãs).
Olodumaré - um dos nomes do Deus Supremo.
 Opelê-Ifá - tipo de colar aberto usado para adivinhação.
Orixá de cabeça - o principal orixá da pessoa.
Orukó - cerimônia de proclamação do nome.
Orum - céu.
Orumilá - (Orum, Céu; Alá, branco) Deus do Céu, Deus supremo.
 Otá - pedra sagrada que contém parte do axé do Orixá.
Oti - pinga, cachaça.
Oxaguiã - forma jovem e guerreira de Oxalá.
Oxalufã - forma velha de Oxalá.
Oxé - machado de duas lâminas de pedra usado por Xangô.
 Pai-de-santo - ver mãe-de-santo.
Paô - batidas de mãos ritmadas.
Padê - O Padê de Exú é um ritual executado antes de qualquer cerimônia interna ou pública do Candomblé, Exú é sempre o primeiro a ser homenageado.
Paxorô ou opaxorô - espécie de cajado utilizado por Oxalufã.
Peji - altar
Quizila - recusa de uma oferenda por um orixá.
Ronkó - nome do quarto onde o iniciado permanece sem o contato do mundo profano até o término da sua iniciação. No ronkó também estão os (quartos) assentamentos dos orixás.
Sacudimento - ritual de limpeza.
Terreiro - lugar destino ao culto dos Orixás onde os adeptos cultuam seus deuses pessoais através de danças ritualísticas.
Umbanda - religião afro-brasileira onde os seus integrantes cultuam entidades africanas sincretizadas aos santos católicos (chamados de encantados).
 Xaxará - espécie de vassoura de Obaluaê feita de folhas de palmeira, decorada com búzios.
Zambi (Nzambi) ou Nzambi Mpungu - O Deus supremo e Criador nos candomblés de Nação Angola, equivalente à Olorun do Candomblé Ketu.
Zelador-de-santo, zeladora-de-santo - ver pai-de-santo, mãe-de-santo (o mesmo que ialorixá).
(  Extraído do livro: Orixás, anjos)




domingo, 8 de abril de 2012

Os Ogans e os Atabaques





São pessoas que não têm a capacidade de incorporarem o orixá, ainda assim, são filhos de muita fé, sem em nenhum momento duvidar da existência dos orixás pelo fato de não sentirem o êxtase do transe mediunico. Foram escolhidos pelos orixás para seus filhos e, como tal, eles devem apresentar-se numa casa de orixá.

Uma vez aceitos e devidamente entronizados na casa com seus devidos cargos , eles devem enquadrar-se antes de tudo como um filho do Òrìxà, atendendo também aos critérios e normas que cada casa de axé impõe aos seus filhos no regimento interno, depois é que vêm as prerrogativas e "status " do Ogan .
São suspensos e depois confirmados, receberão todas as obrigações necessárias, para o exercício de suas atribuições dentro de seus respectivos ilês

Ocupam vários cargos da casa de orixá. Oportunamente falaremos de cada um deles , em outra oportunidade , para que nós, nos familiarizemos com nossos queridos irmãos ogans.
Não podemos esquecer dos atabaques, principais instrumentos da música do Candomblé, cuja execução é de responsabilidade dos Ogans, mas não a única.

Os atabaques são de origem africana, usados em quase todos rituais afro-brasileiro, típicos do Candomblé e da Umbanda e de outros estilos relacionados e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa, são empregados para convocar os orixás.
O atabaque maior tem o nome de Rum o segundo tem o nome de Rumpi e o menor tem o nome de Le.
Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.
As membranas dos atabaques são feitas com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás, independente da cerimônia que é feita para consagração dos mesmo.
O som é o condutor do axé do orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os orixás, são sinfonias africanas sem partitura.
Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no que o Orixá vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda os outros dois.
Essa é a diferença entre o atabaque do candomblé e do atabaque instrumento musical comprado nas lojas com a finalidade de apresentações artísticas, que normalmente são industrializados para essa finalidade.
Dar rum ao santo, significa colocar o orixá na sala para dançar as cantigas e rezas que lhe são destinadas.

(revista oriaxé)






sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Bom Filho de Santo


 Para ser tornar um bom filho de santo não basta ter só vontade, o bom filho age de acordo com a conduta da casa onde frequenta, não porque lhe é esperado ou exigido, mas por que honra os orixás acima de tudo e honra aqueles que lhe abrigaram em sua casa de axé, honra o seu Babalorixá ou Ialorixá. Independente de ser um abian (aquele que não foi iniciado ainda , sem obrigação) , um elegun ( ou yawo, : iniciado ), existem regras que devem ser seguidas , configurando em si, o "respeito" para com a sua religião  e a família de santo a qual você pertence. Ao novo filho que chega, será explicado e cobrado de forma gradativa as posturas , os nomes daquilo que ele está aprendendo, tudo de acordo com o tempo e com a dedicação do mesmo, sem esquecer que, a curiosidade em aprender , demonstra um ponto em  seu favor. Não devemos esquecer que mesmo os maiores e mais conhecidos nomes do Candomblé brasileiro também são filhos e filhas de alguém, e não se esquecem de reverenciar a sua origem.  Ekedy Mariana de Osum



O BOM FILHO
 "Ao chegar ao barracão, deve-se esfriar o corpo, que chega da rua "sujo" onde existem todo o tipo de energia negativa, sem fazer paradas, e sem bater papo, sem cumprimentos,, de cabeça baixa, o filho tira o seu banho previamente preparado e o toma, troca a sua roupa pela apropriada ao Candomblé e ao seu barracão.
Bater cabeça no axé,  e pro pai de santo, assim que se trocar, é o mínimo a ser feito.
Tomar a benção a TODOS os seus irmãos, sendo mais velhos e mais novos, de
acordo com a ordem iniciática. Agora sim, caso não haja nada em que se possa
ajudar (muito embora seja impossível, pois em uma casa de santo sempre tem algo
a ser feito), depois pode ir colocar a conversa em dia.
Se dormir no barracão deve levantar antes do sol, ou junto deste.
Não deve fumar na frente de Seu Zelador, e dos mas velhos que estejam em
sua casa, caso aconteça de ser visto, se desculpe.
Nunca fica de pé em frente ao seu Zelador e sim agachado, com a
cabeça baixa.
Nunca interrompa o Zelador quando estiver conversando com alguém.
Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogãs, zeladores), seja em
dia de festa ou em dia corriqueiro, é de bom-tom que os filhos se abaixem
próximo a ele para dirigir a palavra. Ai então disser AGÔ (Licença) e esperar
ele dizer AGÔ YA. E de cabeça baixa, falar com ele em tom de voz baixa.
Lembre-se que seu bom comportamento decorre a divulgação e o bom nome da casa.
Não deve falar mal da casa de santo (nem sua nem dos outros)
Não deve passar pelo seu pai de santo com a cabeça erguida, e sim um
pouco curvado para frente.
Só pode sentar em Apoti (Banquinho) mediante a autorização do seu
Zelador. (Somente raspados podem sentar em apoti)
Não deve sentar em soleira de porta.
Mulheres dentro do barracão sempre com o Ojá  (pano de cabeça) na cabeça, tirá-lo somente quando for bater a cabeça ao seu Zelador.
Não deve ser descortês, nem mesmo entre os irmãos e com
visitantes, e sim bastante paciente e educado.
Não deve impor seus desejos, nem mesmo entre os irmão de barco, seus
desejos ou vontades serão discutidos.
Não deve faltar com educação e cortesia para com todos aqueles que nos
batem a porta, seja ele conhecido ou não.
Não deve tornar publico as coisas que delas participarem em caráter de
segredo na casa de santo.
Não deve menosprezar os outros e nem se colocar em falso pedestal de
auto suficiente, e sim ser humilde.
Nunca, jamais, em tempo ou hipótese alguma, seja no seu barracão ou no
barracão do alheio, deve-se sentar na mesma altura que o seu pai de santo.
Ele já passou por vários sacrifícios para estar sentado confortavelmente
ali.
Você ainda está no meio do caminho. Portanto, pra que querer sentar aonde
você não alcança? Mesmo que o dono da casa chame , cabe a voce recusar.
Yawo e abian não bebem nenhum líquido em copo de vidro dentro de seu barracão
ou no barracão do alheio. Deve-se esperar o bom e velho copinho de
plástico ou então a conhecida DILONGA, BAN ou CANEQUINHA DE ÁGHATA, como você
preferir chamar. Copo de vidro só quem tem direito é egbomi, ekede,
ogan e zelador…
Terminou seu ajeum? Pegue seu pratinho e sua canequinha, e lave você mesmo, cada um deve se conscientizar e fazer a sua parte. Ficar protelando, esperando que algum irmão de santo se encha da bagunça e vá arrumar por você não tem cabimento. Cada um fazendo um pouco fica mais
fácil e rápido. Resolveu visitar o pai de santo? Ele adorará sua visita, ainda mais se você vier com uma modesta colaboração para o ajeum, pois como é do conhecimento de todos, o pai de santo não tem
obrigação de alimentar todo mundo. 
 Acabou de fazer todo o serviço? Bem, agora você pode pegar o seu maravilhoso APOTÍ e confortavelmente sentar-se nele. Como dissemos antes, cadeiras, sendo com ou sem braço, só
ebomis, ekedes, ogãs ou zeladores que podem sentar. Existe uma variável do
APOTI, que é a famosa ESTEIRA. Nela você pode se sentar, se espichar e até
relaxar seus ossos.
Em sua casa, quando você faz uma comemoração qualquer
e é servida uma refeição, você sai atacando o ajeum na frente de seus
convidados? Acreditamos que não, na casa de santo é igual.
Antes os mais velhos devem se servir, pra só depois os abians e yawos se
servirem. Isso é mais que uma regra é etiqueta. 
 Roupas emprestadas? Pois é, o pai de santo também não gosta. Portanto, que tal comprar
um belíssimo tecido de lençol e fazer uma baiana de ração básica pro
dia-a-dia? Não sai caro e fica uma gracinha. E você finalmente pára de pegar
a roupa do alheio emprestado
O sustento da casa são os clientes que
vão para jogar ou se consultar, pois é deles que vem boa parte do dinheiro dali.
Sorrir sempre e servir um copinho de café ou de água gelada não matam ninguém.
Casa de santo em dia de festa também funciona com ajuda financeira, existem despesas de gás, aguá, energia, alimento e bebidas em que vc pode ajudar, nas suas condições, sem se apertar. Contribua sempre que puder.
Economizar um pouco na Skol e no cigarro no final de semana já irá
ajudar muito no barracão, a vela que você acendeu também pode ser doada de acordo com as condições de cada um, o seu Zelador ainda não ganhou na mega sena para assumir sozinho todas as despesas da casa.  
Depois da festa, nada de ir pegando sua bolsa e ir saindo de
fininho, lembre-se da limpeza do barracão.   
 Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório.
Dia de função do barracão não é dia de churrasco na casa dos amigos, peça para ele guardar uma carne para você e venha cumprir suas obrigações junto a seus irmãos.
Caso assista fora do seu barracão a algo diferente do que ocorre em sua casa, nada de  comentários. Você não é o dono da verdade e nem ninguém o é. O que pode
parecer maluquice pra você, pode não ser pro próximo. Não é errado, é diferente
de sua casa. Além do mais, comentários sempre são feitos depois.
Apelidos e avacalhações são da porta do barracão pra fora.
Roupa de barracão é saia comprida, camisú e pano da costa.
Quando for servir  algum mais velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir. 
Benção foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a benção, você está
na realidade pedindo a bênção ao Orixá da pessoa, e não a ela própria.
Ao sair do barracão, bater a cabeça novamente ao seu Zelador.
Lembre-se que não basta a vontade, é preciso ação"

terça-feira, 3 de abril de 2012

Yansan, anime.

                                      Animação Brasileira de  Carlos Eduardo Nogueira, 2006,  18 minutos, narração do ator Milton Gonçalves, que conta com uma leitura totalmente diferente mas interessante o mito da Orixá Yansã(Oyá). De conteúdo adulto, ele utiliza do universo dos animes japoneses para desenrolar a sua história, como se os orixás vivessem  entre nós no mundo que temos hoje. Bastante controverso para o povo de santo, acredito que deve ser assistido do ponto de vista cultural e não do ponto de vista sagrado, para que possamos entender a proposta do vídeo, acreditando que seu autor não tenha tido a intenção de macular a divindade da Orixá em questão, e sim, somente, contar uma história de seu próprio ponto de vista. Enfim, respeito , e "amem ou odeiem",  isso não torna o filme menos interessante.








segunda-feira, 2 de abril de 2012

Olhos azuis, um olhar sobre o Preconceito

A professora e socióloga Jane Elliott ganhou um Emmy pelo documentário de 1968 "The Eye of the Storm", em que aplicou um exercício de discriminação em uma sala de aula da terceira série, baseada na cor dos olhos das crianças. Hoje aposentada, aplica workshops sobre racismo para adultos. "Olhos Azuis" é o documentário de um desses workshops em que o exercício de discriminação pela cor dos olhos também foi aplicado. O objetivo do exercício é colocar pessoas de olhos azuis na pele de uma pessoa negra por um dia. Para isso, ela rotula essas pessoas, baseando-se apenas na cor dos olhos, com todos rótulos negativos usados contra mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e todas outras que sejam diferentes fisicamente.Verdadeiramente, o exercício traduz-se em “pôr-se na pele dos outros, para compreender a situação em que se encontram”.
"Documentário extraordinário, onde o ser humano confronta o seu próprio racismo, de forma chocante  reveladora e  emocionante. Confesso que me senti desconfortável de início mas aos poucos com a ajuda deste exercício proposto você começa a  tentar entender e conhecer um pouco mais de si mesmo. Iyarobá Mariana de Osum"