Dentre os cargos femininos na hierarquia do candomblé no Brasil, o mais conhecido é da EKEDI/AJOIÉ/IYAROBÁ/MAKOTA ,como os ogans, elas não são possuídas por seu orixá de cabeça, ou seja não entram em transe, pois necessitam estar acordadas para atender as necessidades dos Orixás. A palavra "ajoié" é correspondente feminino de ogan pois, a palavra ekedi, ou
ekejí, vem do dialeto ewe, falado pelos negros fons ou Jeje.
Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa "mãe que o orixá escolheu e confirmou".
Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa "mãe que o orixá escolheu e confirmou".
A ekedi na maioria das casas também é chamada de mãe, exerce a função de dama de honra do Orixá regente da casa. É dela a função de zelar, acompanhar, dançar, cuidar dos apetrechos do Orixá da casa, além dos demais Orixás, dos filhos e até mesmo dos visitantes. também cuida dos objetos pessoais do babalorixá ou iyalorixá.
O cargo de ekedi é muito importante, pois será ela a condutora dos orixás incorporados e dela é a responsabilidade de recolhê-los e “desvirá-los”, observando as condições físicas daqueles que “desviraram”. São escolhidas do orixá, e pelo orixá.
Uma ekedi tem o direito a uma cadeira no barracão. Deve
ser sempre chamada de "mãe", por todos os componentes da casa de orixá,
devendo-se trocar com ela pedidos de bençãos. Os comportamentos determinados
para os ogãs devem ser seguidos pelas ekedis.
Uma ekedi também é porta-voz do orixá em terra. É ela que em muitas das vezes transmite ao babalorixá ou yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.
Uma ekedi também é porta-voz do orixá em terra. É ela que em muitas das vezes transmite ao babalorixá ou yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.
No
candomblé do Engenho Velho ou Casa Branca, as "ajoiés" são chamadas de ekedis. No
Gantois, e no Osumaré, de "Iyárobá". Já na nação de Angola, é chamada de "Makota de Angúzo".
Ela deve cuidar da comunidade de forma respeitosa e igualitária. São importantíssimas no decorrer de qualquer cerimônia, elas devem aprender a cantar, dançar, os oros, as folhas, os rituais, e tudo o que seu zelador/a ensinar para dar o apoio necessário. Ser ekedi é motivo de grande felicidade e respeito aos compromissos e tradições da casa . Mas no seu posto ela só vai realmente ser respeitada quando mostrar aos seus filhos, que eles têm nela uma mãe de fato.
Ekedi é mãe por
excelência mas não quer dizer que terá que ser sempre boazinha, pelo contrário,
a boa ekedi repreende, orienta, dá carinho, enxuga a lágrima e o suor, enfim ser
ekedi é muito mais que ficar “pajeando” o zelador (pai ou mãe-de-santo) dando
cafezinho na bandeja de prata e copo de cristal, isso é vassalagem e não cabe
nas funções da ekedi.
Estar sempre pronta a atender quando for necessitada, ter humildade, não abusar do fato de ter certas regalias, e sim seguir o exemplo de seu Zelador tanto na casa de santo como fora dela .
"Ser
ekedi é ser amor...
É
ser os olho do(a)
Zelador(a),
A
cantiga, a palavra e a
Compreensão
Ser
ekédi é ter o coração
Preenchido
de,
Infinito
amor, respeito
E
zelo..
É
ver a criança nascer...
Fecundar,
cuidar...
Sob
os seus abraços...
Um
laço de vida e
Esperança..
A
força, a fé e a magia
De
cada orixá
É
ser abençoada por
E escolhida para
Dar
continuidade...
É
ser o doce gesto, o
Eterno
acalanto, a mão
Que
orienta, e conduz...
Luz
infinita no exercício
Impecável
de ser..
Mãe...
Que
o plano que reside
Acima
de nós
Para
sempre nos orientar,
Guiar
e proteger,
Para
que nossas atitudes
Dignifiquem
cada
Gota
de energia de
Cada
filho que nos é
Entregue,
nos braços, e
Que
seus abraços
Representem
à mágica
Troca
na expressão
Infinita
Do
verbo “amar” !!"
(Texto de Savalu, o Reino dos Voduns)