domingo, 8 de abril de 2012

Os Ogans e os Atabaques





São pessoas que não têm a capacidade de incorporarem o orixá, ainda assim, são filhos de muita fé, sem em nenhum momento duvidar da existência dos orixás pelo fato de não sentirem o êxtase do transe mediunico. Foram escolhidos pelos orixás para seus filhos e, como tal, eles devem apresentar-se numa casa de orixá.

Uma vez aceitos e devidamente entronizados na casa com seus devidos cargos , eles devem enquadrar-se antes de tudo como um filho do Òrìxà, atendendo também aos critérios e normas que cada casa de axé impõe aos seus filhos no regimento interno, depois é que vêm as prerrogativas e "status " do Ogan .
São suspensos e depois confirmados, receberão todas as obrigações necessárias, para o exercício de suas atribuições dentro de seus respectivos ilês

Ocupam vários cargos da casa de orixá. Oportunamente falaremos de cada um deles , em outra oportunidade , para que nós, nos familiarizemos com nossos queridos irmãos ogans.
Não podemos esquecer dos atabaques, principais instrumentos da música do Candomblé, cuja execução é de responsabilidade dos Ogans, mas não a única.

Os atabaques são de origem africana, usados em quase todos rituais afro-brasileiro, típicos do Candomblé e da Umbanda e de outros estilos relacionados e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa, são empregados para convocar os orixás.
O atabaque maior tem o nome de Rum o segundo tem o nome de Rumpi e o menor tem o nome de Le.
Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.
As membranas dos atabaques são feitas com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás, independente da cerimônia que é feita para consagração dos mesmo.
O som é o condutor do axé do orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os orixás, são sinfonias africanas sem partitura.
Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no que o Orixá vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda os outros dois.
Essa é a diferença entre o atabaque do candomblé e do atabaque instrumento musical comprado nas lojas com a finalidade de apresentações artísticas, que normalmente são industrializados para essa finalidade.
Dar rum ao santo, significa colocar o orixá na sala para dançar as cantigas e rezas que lhe são destinadas.

(revista oriaxé)